Ocupações dos Espíritos no outro lado da vida

Resultado de imagem para trabalho no mundo espiritualFrancisco Muniz



Diz Emmanuel, em Mediunidade e Sintonia (psicografia de Chico Xavier), no capítulo intitulado “Trabalho além da Terra”, que “além da morte, a alma continua naquilo que começou a fazer na existência física”. Entendemos, assim, que a mudança de dimensão não oferece solução de continuidade para ninguém, de modo que podemos afirmar, observando o que as pessoas fazem por aqui: ou continuamos trabalhando ou vamos continuar dando trabalho. E trabalho é o que não falta nos dois planos da Vida, embora muitos por aqui – e por lá também, como não? – prefiram manter-se na ociosidade, porque, como informa Allan Kardec, toda atividade útil é trabalho e há ocupações que não se enquadram nessa definição.

Segundo o Codificador, o trabalho é lei da vida e é com uma frase nesse mesmo padrão que Manoel Philomeno de Miranda abre seu texto no cap. 17 do livro Reencontro com a Vida (psicografia de Divaldo Franco), salientando que “em toda parte o movimento trabalha em favor da ordem e do equilíbrio”. A razão nos diz, então, que nada há imóvel no Universo e, sendo assim, os Espíritos, em suas múltiplas atividades, correspondem à vontade divina e executam seu papel de cocriadores. “Por consequência, o repouso, a ociosidade propiciariam a ocorrência do caos”, ressalta o Instrutor espiritual.

Pela leitura e consequente reflexão sobre o texto de Philomeno, depreende-se que nas esferas além da crosta planetária tudo respira intensa atividade de trabalho: há pesquisas nas diversas áreas do pensamento – artes, ciência, tecnologia e fé religiosa –, escolas e universidades atuam intercambiando conhecimentos de esferas superiores para os “laboriosos buscadores da verdade, que se capacitam para os futuros cometimentos iluminativos”. Em tudo, afirma o prestimoso repórter pela pena mediúnica de Divaldo Franco, os beneficiários somos nós, os Espíritos encarnados, para onde tais conquistas são transferidas “em ministérios enriquecedores e felizes”.

Voltando ao antigo mentor de Chico Xavier, ele afirma (ibidem) que “em razão de cada criatura transportar consigo a experiência a que se afeiçoa, a Sabedoria Divina concede a cada espírito encarnado determinada tarefa que, na essência, vale por ensaio precioso, à frente do serviço que lhe competirá no amanhã eterno”. Isso quer dizer que só ficará “desempregado” no Além quem não se afeiçoou ao trabalho enquanto transitou por aqui. Mas importa considerarmos que Emmanuel se refere às tarefas de cunho moral e não profissional, mesmo que abranja este exercício, de modo que importante mesmo não é o que fazemos mas como fazemos o que somos chamados a fazer.

Assim, “não basta erguer braços ágeis, deitar fraseologia preciosa ou provocar excessivo movimento em torno de teus dias, porque há muitas mãos operosas na extensão da sombra, muito verbo faustoso na exploração menos digna e muito ruído vão, provocando, onde existe, tão-somente amargura e cansaço” – diz o Mentor. E Emmanuel prossegue, finalizando suas reflexões, que devem merecer nossa mais sincera apreciação: “Ama o serviço que o Senhor te confiou, por mais humilde que seja, e oferece-lhe as tuas melhores forças, porque do que hoje fazes bem, no proveito de todos, retirarás amanhã o justo alimento, para a obra que te erguerá do insignificante esforço terrestre para o trabalho espiritual”.

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